Sabemos da importância dos dados. Basta notar que as empresas que mais cresceram nos últimos anos tem no seu core esse compromisso de ser data-driven. E existe uma enorme oportunidade para muitas outras chegarem aos estágios mais avançados dessa transformação.
Para explicar a importância em ser data-driven nos dias atuais, vamos usar uma analogia:
Só percebemos o quanto dependemos de nossos smartphones, quando somos privados de seu uso. Imagine ficar um dia, uma semana ou até mesmo um mês sem seu celular. Para muitos, isso pode parecer impossível, não é?! Pois o mesmo se aplica quando falamos sobre negar aos seus funcionários informações diárias e essenciais para tomar decisões.
Uma cultura guiada por dados não pode ser fabricada ou comprada.
Ela deve ser cultivada e desenvolvida rotineiramente em todos os processos. E isso pode ser frustrante para muitos executivos, que esperam que a tecnologia por si só seja capaz de fazer com que os números mudem num “passe de mágica”.
Dados são uma riqueza ainda tão pouco exploradas. Isso porque, talvez, não sejam considerados formalmente nas análises de valor das empresas. É como se avaliássemos o solo, mas ignorássemos o potencial escondido no subsolo. No entanto, é apenas uma questão de tempo até o valor da massa de dados de um negócio começar a fazer parte do balanço das empresas, assim como o goodwill (patrimônio de marca) já faz hoje.
Nos últimos dois anos foram produzidos 90% de todos os dados disponíveis no mundo. Portanto, nos próximos dois, produziremos um volume equivalente a todo o conhecimento gerado pela humanidade até hoje.
Essas informações capturadas todos os dias, precisam ser refinadas e transformadas em inteligência capaz de gerar riqueza para as empresas. Porque não adianta ter centenas de milhões de terabytes de dados se eles não forem acionáveis.
E como podemos acumular dados e extrair valor deles, colocando o consumidor no centro e criando vantagens competitivas para as empresas?
O primeiro passo é começar a reunir esses dados agora mesmo. Tudo bem se você ainda não tiver uma estratégia definida do que fazer com eles. A verdade é que está ficando cada vez mais fácil usar as informações coletadas de forma inteligente. Não é a toa que vemos uma grande quantidade de empresas e universidades desenvolvendo e patenteando algoritmos no momento.
Fonte: Gartner, 100 Data and Analytics Predictions Through 2021, 20 de junho de 2017
Um bom exemplo é a chinesa Alibaba.com. Com três plataformas de e-commerce, meio de pagamento mobile, navegador, empresa de vídeos e site de notícias próprios, eles se consolidaram como a 12ª empresa em market cap em 2017. Mas de onde eles extraem esse valor? Se você disse “dos dados”, acertou.
A Alibaba usa seus algoritmos de recomendação de produtos para extrair valor de toda informação que coleta. Pois a importância desses algoritmos para as vendas da empresa é tanta que, no ano passado, uma simples mudança neles acelerou o crescimento da receita de e-commerce em mais de 20 pontos percentuais.
Além disso, eles também aplicam essa inteligência na personalização de anúncios para os parceiros do seu marketplace, incrementando ainda mais o volume de vendas da companhia.
Fonte: Alibaba.com
Ok, isso tudo é extremamente interessante, mas como uma empresa se torna data-driven? Entendemos que esta jornada percorre 4 pontos de transformação para que a cultura guiada por dados se estabeleça com eficiência e eficácia em uma organização.
Como uma empresa se torna Data-Driven?
1º Mude o MINDSET:
Mas o que é mindset, afinal de contas? É a forma como o coletivo, ou seja, todos os funcionários e colaboradores da empresa, lidam com os dados. Para tanto, é necessário ter zelo e paciência para guiar o time em uma nova direção. As seguintes áreas de foco podem ajudar com isso:
- Engajamento das lideranças: Se seus gestores não acreditam nos dados, seus colaboradores não adotarão uma mentalidade data-driven. Um dos métodos mais eficientes e poderosos para se construir uma cultura orientada por dados é o exemplo do líder.
- Benefícios a curto prazo: A cultura data-driven pode, muitas vezes, produzir ganhos de forma mais rápida. E essa é uma das melhores e mais eficazes táticas de gerenciamento de mudanças. Quando suas equipes experimentam as vantagens tangíveis em ser data-driven, é mais difícil resistir à necessidade de mudança. As dinâmicas impulsionadas por dados tendem a aumentar a cada vitória do time.
- Experimentação (testes e aprendizados): Empresas orientadas por dados, como a gigante Amazon, não têm medo de testar novas ideias, cometer erros, interagir interna e externamente. Quando tudo é testado, é possível incutir a disciplina de confiar nos números para aprimorar as tomadas de decisões e inovar mais rapidamente.
2º Fortaleça o SKILL SET:
O skill set (conjunto de habilidades) da sua equipe deve ser bem específico quando falamos de dados. Os conhecimentos e competências em data são indispensáveis a todo o time. Assim sendo, é possível impulsionar o know-how dos seus funcionários focando nas seguintes áreas:
- Alfabetização em dados: Para quem não sabe ler, não importa o quão esplêndida seja uma biblioteca. Dessa forma, é de extrema importância garantir que seus funcionários recebam um treinamento básico sobre como ler e compreender os dados. Afinal, eles precisam ser consumidos e usados regularmente em suas rotinas de trabalho.
- Data storytelling: Após o período de alfabetização, é necessário que os colaboradores consigam comunicar as informações importantes que encontram nos dados entre si. Ou seja, combinar dados, narrativas e recursos visuais de forma eficiente para certificar que os insights sejam facilmente compreendidos, impulsionando a ação.
- Analistas de dados: Muitas empresas acabam não contratando um número adequado de especialistas em data-driven. Assim, a organização acaba ficando sem técnicos suficientes para ensinar aos seus colegas a se tornarem experts em dados.
3º Afie o TOOLSET:
Ao longo do tempo, as empresas tendem a acumular uma variedade de sistemas e ferramentas que gerenciam os dados, o toolset. Entretanto, em vez de facilitar o desenvolvimento de uma cultura guiada por dados, dificultam amplamente seu progresso. Para se ter uma base tecnológica sólida, que pode garantir que essa cultura seja estabelecida, foque nas seguintes áreas:
- Um mesmo “idioma”: Independentemente de quantos sistemas de dados sua organização utiliza, é necessário estabelecer uma linguagem de dados comum entre eles. É preciso ter uma visão única das métricas operacionais que todos os times adotam como números reais e confiáveis.
- Modelo de autoatendimento: O acesso ao conhecimento, aos dados, é crucial. Portanto, quanto mais democratizar as informações para seus usuários corporativos, melhor será para a empresa. Assim, os analistas e cientistas de dados ganham tempo para se concentrarem em projetos mais estratégicos. Além disso, os funcionários serão capacitados a aproveitar os dados com mais regularidade.
- Automação: Atualmente, diversas tarefas de análise que tomam muito tempo, como limpeza de dados e relatórios, podem ser automatizadas. Quando e onde isso fizer sentido, é possível colocar uma boa “carga de trabalho” nas máquinas. Dessa forma, seus funcionários ganham tempo para agregar valor à sua organização de forma mais produtiva.
- Integração de processos: As ferramentas de análise que sua empresa já utiliza podem se tornar ainda mais relevantes se interligadas aos processos ou sistemas existentes.
4º Solidifique o DATASET:
O dados podem ser vistos como um meio para um fim. Sua relevância e qualidade determinarão se serão adotados ou não pelos funcionários da empresa. O foco nas seguintes áreas garantirão que seus dados sejam elementares, confiáveis e protegidos:
- Alinhamento de estratégia: A maioria das organizações não são capazes de definir e comunicar quais são suas prioridades. E aí mora o segredo! Seus dados só serão úteis se estiverem intimamente ligados à avaliação do desempenho da sua marca. Portanto, é imperativo que suas ferramentas de análise permaneçam estreitamente alinhadas com sua estratégia de negócios ao longo do tempo. Caso contrário, o processamento dos dados será cada vez menos útil.
- Administração de dados: Se para você os dados podem ser vistos como um ativo comercial, proteja e mantenha sua qualidade. Entretanto, é de grande valia que haja equilíbrio entre supervisão e acessibilidade. Assim, os desejos de conformidade não ofuscam a capacidade das pessoas de criar valor com os dados.
- Privacidade e segurança de dados: É possível reduzir o risco potencial ao garantir que a privacidade dos dados seja respeitada e que eles sejam usados com segurança. Os usuários corporativos devem ser totalmente treinados sobre as consequências geradas quando os dados não são protegidos adequadamente. Parte da constituição de uma cultura guiada por dados é perceber que os times são protagonistas na proteção desses ativos digitais.
É importante salientar também que mais importante que ter ferramentas, é como você faz o tratamento anterior ao dado. Ou seja, não adianta inserir o dado em um software e esperar por uma resposta milagrosa. Afinal, “a estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota” (Sun Tzu).
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